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Serra da Malcata

A Reserva Natural da Serra da Malcata

A Serra da Malcata integra-se nos concelhos de Penamacor e Sabugal, junto à fronteira com Espanha, na confluência da Beira Baixa com a Beira Alta. Geograficamente, corresponde à continuidade da Serra de Gata, no outro lado da fronteira. Com uma superfície de 16348 ha, é uma serra de xistos, pontuada por afloramentos quartzíticos e de cumes caracteristicamente arredondados. As encostas são muito declivosas e profundamente sulcadas pelas insípidas linhas de água e a sua altitude varia entre os 425 e os 1078 m.

Foi criada na sequência da campanha “Salvemos o Lince e a Serra da Malcata”, numa das manifestações ambientais mais proeminentes da sociedade portuguesa. E, posteriormente, as relíquias da sua mata mediterrânica levaram à classificação de Reserva Biogenética do Conselho da Europa. É neste território que o Rio Côa tem o seu berço e, no seu troço inicial, delimita a Reserva pela sua parte Norte.

 

A vegetação

Nesta área protegida ocorrem núcleos florestais bem conservados. As zonas setentrionais, de natureza supra-mediterrânica, são dominam pelos bosques de Carvalho-negral (Quercus pyrenaica), enquanto que nas áreas caracteristicamente meso e termo-mediterrânicas surgem pequenos núcleos de Azinheira (Quercus rotundifolia) e de Sobreiro (Quercus suber). Importantes são também as zonas de freixiais e as linhas de água cobertas por bosques de amieiros, um habitat prioritário. O medronhal é uma das formações mais característica desta área, cobrindo algumas vertentes, de forma profusa ou dispersa. Alguns destes núcleos são formados por medronheiros (Arbutus unedo) de porte arbóreo, que alcançam os 8 metros de altura.

 

A fauna

Os pontos de água são locais com características que permitem a existência da Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl), do Tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai), da Rã-ibérica (Rana iberica) e do Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), os últimos três sendo endemismos ibéricos.

Durante todo o ano, na barragem da ribeira da Meimoa, é possível observar o Mergulhão-de-crista (Podiceps cristatus) e o Mergulhão-pequeno (Tachybaptus ruficollis). O Bufo-real (Bubo bubo) e a Cegonha-preta (Ciconia nigra), espécies mais raras, optam pelas zonas mais tranquilas e remotas do rio Bazágueda e da ribeira da Meimoa para nidificarem. Devido à existência de um campo de alimentação de aves necrófagas, também é aqui frequente observarmos o voo planado do Grifo (Gyps fulvus) e do Abutre-preto (Aegypius monachus).

Para além destas espécies, também aqui abundam o Javali (Sus scrofa), o Veado (Cervus elaphus) e o Corço (Capreolus capreolus).