Um refúgio para a biodiversidade
O Paul de Toirões, apesar do seu recente passado, é uma área que já apresenta uma elevada importância para a biodiversidade, com importantes comunidades de flora e fauna aquática, destacando-se a presença do Cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis), do Cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa), da Lontra (Lutra lutra), de uma colónia nidificante de Garça-real (Ardea cinerea), bem como um casal reprodutor de Tartaranhão-ruivo-dos pauis (Circus aeruginosus), bandos de Pato-real (Anas platyrhynchos) e de Marrequinho (Anas crecca), Maçarico-bique-bique (Tringa ochropus), Narceja (Gallinago gallinago). Quer a Cegonha-branca (Ciconia ciconia) quer a Cegonha-preta (Ciconia nigra), podem ver-se por aqui, regularmente, à procura de alimento ou refúgio.
Um oásis para aves
A zona é ainda um hotspot para as aves, já com mais de 100 espécies observadas, sendo frequentada por várias espécies de aves de rapina, com a ocorrência confirmada de Milhafre-preto (Milvus migrans), Milhafre-real (Milvus milvus), Águia-cobreira (Circaetus gallicus), Águia-calçada (Hieraaetus pennatus), Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), Grifo (Gyps fulvus), Abutre-preto (Aegypius monachus), Abutre-do-Egipto (Neophron percnopterus), Falcão-peregrino (Falco peregrinus), Gavião (Accipiter nisus) e, ocasionalmente, Águia-real (Aquila chrysaetos). Mas também aqui se observa o Abelharuco (Merops apiaster), a Pega-azul (Cyanopica cooki), a Poupa (Upupa epops), o Picanço-barreteiro (Lanius senator), o Corvo (Corvus corax), a Toutinegra-real (Curruca hortensis), o Guarda-rios (Alcedo atthis), a Andorinha-das-barreiras (Riparia riparia), o Rouxinol-grande-dos-caniços (Acrocephalus arundinaceus), entre muitas outras.
Do grupo dos mamíferos, a Lontra (Lutra lutra), o Veado (Cervus elaphus), o Corço (Capreolus capreolus), a Raposa (Vulpes vulpes), o Texugo (Meles meles) e o Javali (Sus scrofa) são os mais frequentes.
Esta é também uma área rewilding, onde a associação Rewilding Portugal está a implementar acções de restauro ecológico para tornar o Grande Vale do Côa num lugar onde os processos naturais e as cadeias tróficas completas desempenhem papéis fundamentais na paisagem. Num futuro ameaçado pelas alterações climáticas, o Paul de Toirões poderá ser um oásis para a vida selvagem no Grande Vale do Côa, garantindo a permanência e o regresso de muitas espécies fundamentais ao ecossistema, e demonstrar como o rewilding pode ser uma solução viável até nas paisagens mais humanizadas.