Marialva

Aldeia Histórica

Marialva é conhecida pela sua aldeia, uma das 12 integradas na rede Aldeias Históricas de Portugal, pelo edificado histórico preservado e pela silhueta emblemática do seu castelo altaneiro. O seu posicionamento geográfico teve um importante significado histórico, comprovando-o a ocupação humana desde há mais de 2000 anos.

O seu ex-libris, também a estrutura existente mais antiga, é o castelo e os elementos que ainda subsistem da vila antiga intra-muralhas, assente num castro do séc. IV a.C..

Na sua envolvente, uma paisagem em mosaico beneficia uma grande diversidade de espécies selvagens, desde os insectos às aves. As bolsas de vegetação natural encontram-se bem preservadas e representadas por plantas características do território, onde se incluem alguns endemismos.

Fauna

As aves destacam-se durante a Primavera, sendo possível observar, durantes os meses de Abril e Maio, cerca de 40 espécies num só dia. São facilmente observáveis o Melro-azul (Monticola solitarius), a Poupa (Upupa epops), o Papa-figos (Oriolus oriolus), o Abelharuco (Merops apiaster), a Pega-azul (Cyanopica cooki), a Rola-brava (Streptopelia turtur), o Pardal-francês (Petronia petronia), entre muitas outras.

Os mamíferos existentes são quase todos estritamente nocturnos. Gineta (Genetta genetta), Texugo (Meles meles), Javali (Sus scrofa), Toirão (Mustela putorius). Contudo, a Raposa (Vulpes vulpes) e o Saca-rabos (Herpestes ichneumon) podem ser observados em pleno dia.

O grupo dos répteis inclui algumas espécies interessantes, de distribuição reduzida ao Sudoeste da Europa, como a Osga-comum (Tarentola mauritanica), a Lagartixa-de-dedos-denteados (Acanthodactylus erythrurus), o Sardão (Timon lepidus), a Lagartixa-lusitanica (Podarcis lusitanicus), a Lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus), a Cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis), a Cobra-de-escada (Rhinechis scalaris) e a Cobra-de-água-viperina (Natrix maura).

Dos anfíbios destacam-se o Tritão-marmorado (Triturus marmoratus), o Tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai) e o Sapo-parteiro-ibérico (Alytes cysternasii).

A grande diversidade de flores atrai uma grande variedade de borboletas.

Flora

A vegetação dominante no território de Marialva é constituída pelo Sobreiro (Quercus suber), a Azinheira (Quercus rotundifolia), o Carvalho-cerquinho (Quercus faginea) e o Zimbro-comum (Juniperus oxycedrus). No estrato arbustivo predomina o Pilriteiro (Crataegus monogyna) e a Giesta-amarela ou Maias (Cytisus striatus). Sob o coberto florestal, em clareiras ou em estratos rochosos, encontramos um conjunto de herbáceas endémicas de Portugal e Espanha, como o Samacalo-peludo (Anarrhinum duriminium), a Dedaleira-das-rochas (Digitalis thapsi), a Arméria-transmontana (Armeria transmontana), a Bocas-de-lobo-do-douro (Antirrhinum graniticum), o Tremoceiro-de-gredos (Lupinus gredensis), ou a Leiteira-nordestina (Euphorbia oxyphylla).